O que ficou desta experiência?

Eu posso levar tanto desta experiência. Acho que ainda tenho muitas saudades da minha família de origem e talvez precise de mais tempo para me desenvolver e aproveitar o resto dessa experiência que trouxe tantas aprendizagens únicas. Nada pode pagar o que nós aprendemos a nível pessoal  e estou muito agradecido por tudo que a minha família e eu passamos este ano. Também todas as outras pessoas fizeram parte da minha experiência. Esta experiência vai ser uma parte de mim para sempre e tudo o que eu aprendi vou levar para a minha vida. Aprendi a interagir numa nova sociedade, aprendi a aprender com todas as minhas experiências e que todos os episódios bons e maus fazem de mim a pessoa que sou

Qual o maior momento mais engraçado/alegre ou marcante? 

Houve muitos episódios engraçados, mas o que eu vou ter saudades do nosso tempo no carro à noite. Nós colocávamos a música com um volume alto e cantávamos juntos músicas românticas e entediantes, mas quando finalmente encontramos uma boa música, éramos imparáveis. Outro dia que não vou esquecer foi quando levei um salmão congelado à minha mãe, porque ela precisava de algo congelado. Foi a única e primeira coisa que eu poderia encontrar no congelador, passado algum tempo, os nossos gatos e a porca queriam comer o salmão. Foi um momento rídiculo, mas tão rídiculo que nós só nos podíamos rir. Todos os pequenos momentos fazem parte desta experiência, que foi única para todos nós e algo que nos vamos lembrar para sempre.

Qual o maior desafio? E como se resolveu?

Ser um(a) estudante num ano com Covid não foi fácil e há muitas expectativas que temos que devem ser vistas com mais realismo. Não é possível fazer como os(as) estudantes anteriores e nós precisamos ser mais respeitosos e cuidadosos com o que nós estamos a fazer, ainda mais porque nós somos convidados para um país estrangeiro. Nós chegamos com expectativas, que eu acho desnecessárias, porque todas as experiências são únicas e nós só podemos viver à nossa maneira. Queremos encontrar-nos com amigos ou explorar o país, mas as famílias e os (as) estudantes têm muita responsabilidade e fomos nós que decidimos integrar esta experiência num ano diferente. Esta experiência é uma aventura, e de qualquer maneira, leva tudo para ti e aproveita. Mais uma vez, a comunicação é muito importante e a melhor maneira de esclarecer o que podemos fazer é falar sobre isso. Também tive saudades da minha família durante o ano, mas se falares sobre isso com a tua família, ela estará aqui para te ajudar e é normal sentir este sentimento.

 Qual o maior receio inicial e como se desenvolveu?

O meu maior receio era como a interação com a minha família podia ser, porque ouvi histórias dos(as) estudantes anteriores sobre a interação com as suas famílias e sei como é importante a interação ser boa. Na minha família fomos mais complementares. O meu receio passou passado uns tempos e nós tivemos muitos momentos inesquecíveis e criamos uma relação muito boa. A minha família fez um esforço muito forte e ajudou-me a fazer parte da vida delas. Claro que eu acredito que a maioria das famílias no AFS são assim e eu só posso agradecer, pois, significa muito para os(as) estudantes. Agora, no final deste programa, estou muito satisfeito com as nossas diferenças, aprendi muitas outras formas de vida e acho que essas diferenças me tornam uma pessoa melhor e mais forte.

Qual foi a altura que conseguiram criar maior empatia e quebrar as barreiras comunicacionais?

É claro que ir numa família nova pode ser uma dificuldade, mas porque os ambas parte ( a família e o (a) estudante) são motivados a aprender mais sobre os outros e criar o espírito de família. Neste caso precisamos ser aberto aos outros e deixar o outro compartilhar sua história, experiência, etc. Com isso, a nossa relação começa a desenvolver-se e muitas coisas surgem mais naturalmente na nossa nova família. A comunicação é a chave numa família nova para criar maior empatia e harmonia.

 Quais foram as maiores mudanças que viste em ti?

Pessoalmente, estou muito orgulhoso de mim mesmo por causa do que eu alcancei este ano e o desenvolvimento positivo que eu tenho tido. Ir para uma família nova com outra perspectiva ajudou-me a melhorar e ver o meu ”eu” com outros olhos. Agora estou mais falador, estou melhor na interação, mais confiante, estou mais grato pelas pessoas ao meu redor, e em geral, acredito que este programa me fez melhorar muito pessoalmente. Tenho a certeza quem significa mais para a minha vida e tenho uma outra perspetiva de mim mesmo, da minha família e do meu país. Aprendi boas maneiras e tive a uma boa educação para conviver com raparigas. Então a minha mulher no futuro tem as melhores condições, graças a elas 🙂

Há alguma coisa que se arrependa de não ter feito?

Na verdade, eu acho que podia fazer melhor interação na minha família e fazer mais momentos intensos. É algo que eu tenho certeza que podíamos fazer a nossa relação melhor, mas por outro lado, tudo o que nós fizemos também melhorou a nossa relação. Eu não fiz muitas viagens, mas este programa não é sobre isso e estou agradecido pelos momentos que eu tive durante o ano. As circunstâncias tornaram o tempo mais desafiador, e eu tenho me arrependido de não sair mais com os amigos e aproveitar o tempo com as pessoas que eu gosto aqui em Portugal. Para mim é muito importante aproveitar o nosso tempo aqui porque passa muito rápido, porque não vai ser para sempre e é só especial quando nós estamos aqui.