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Estou a escrever isto no quadragésimo segundo dia neste maravilhoso país, onde cada viagem de bicicleta me deixa boquiaberto e onde todos os momentos de reflexão me fazem perceber a sorte que tenho em estar cá.

Pois é, já lá vai quase metade daquilo que considero ser a melhor aventura da minha vida. É nesta altura em que nos começamos a sentir mais em casa, e não tanto num local totalmente estranho, que nos conseguimos aperceber do valor daquilo que estamos a fazer. Se há uma palavra que possa resumir estes quarenta e dois dias é “crescimento”. É pá sim, isto soa muito a clichê, mas é mesmo isto que é. Cresci nos campos em Portugal e agora estou a crescer a 2836 quilómetros daquilo que sempre me foi familiar.

Se quiserem um resumo perfeito deste país é muito simples: chuva, bicicletas, hygge, carne e batatas.

Não me levem a sério, não vos quero tirar o entusiasmo de escolherem este país tão rico em tantas coisas, mas se ponderarem a Dinamarca é bom que adorem carne e batatas!

Já o Hygge não é tão simples assim. Para aqueles que nunca ouviram falar, Hygge é provavelmente o conceito mais geral da cultura Dinamarquesa. Das várias tentativas de explicar o que é, aquela que eu achei mais correta é a que diz que se trata de um estado de espírito que pode variar de pessoa para pessoa. Há quem ache que Hygge é estar numa mesa com os seus amigos ou familiares, em casa no quentinho, a comer o quê? Carne e batatas… Há quem sinta Hygge sem precisar de muita companhia, e até há quem o sinta a andar de bicicleta, com o seu casaco demasiado frio para este sitio a descobrir os cantos à metrópole de Copenhaga… (ok… fui eu). O importante deste conceito é sentires-te feliz com aquilo que tens à tua volta, coisa que comigo tem sido muito comum desde que cá pus os pés!

A cada dia que passa tenho ainda mais certeza que de acertei em cheio quando escolhi este arquipélago/península no centro-norte da Europa, que não podia ter pedido melhor família nem melhores amigos, de tantos que já fiz e alguns deles para a vida!

Estou mais crescido, estou mais feliz!

Vi ses! (Sabe tão bem não já ter de usar o tradutor para dizer adeus)

Pedro S.
Estudante AFS 2019/2020 | Portugal – Dinamarca