(Antes de começar, uma pequena introdução: estou a fazer o 12º ano nos Estados Unidos, numa pequena cidade chamada Quarryville na Pensilvânia).

E assim se passaram quase 2 meses, num instante! Não há palavras para descrever tudo o que tenho passado nestas semanas, mas prometo que me vou esforçar.

Começando pelo princípio, as despedidas de Portugal. Foi sem dúvida o que mais me custou. Queria tanto vir mas ao mesmo tempo não queria deixar os meus queridos pais e os meus amigos para trás. Foi preciso muita coragem, admito. Depois disso, não me custou nada. Só queria chegar e conhecer a minha família de acolhimento. No dia em que eles me foram buscar foi uma emoção!! Estava cansada mas muito feliz, e até agora a adaptação cá em casa não tem sido nada complicada. Os meus pais de acolhimento são muito queridos e compreensivos comigo, temos construído uma ótima relação e o mesmo com a minha irmã, que tem 15 anos (a minha outra irmã tem 19 anos e está na Alemanha a viver com a família que a acolheu quando fez o Programa AFS em 2014/2015).

Em relação à escola, durante as aulas não há muito tempo para fazer amigos, e entre as aulas só temos 4 minutos para mudar de sala, mas o drama de não saber com quem me sentar ao almoço não o tive, porque comecei a jogar ténis na equipa da escola antes das aulas começarem e conheci logo algumas pessoas.

Posso dizer que estou a adorar, e do fundo do coração estou muito feliz aqui! Não vou dizer que todos os dias são fáceis e divertidos, não são. Tenho dias em que só penso nos meus pais e nos meus amigos, e tenho vontade de chorar. Mas apercebi-me de uma coisa: não tem mal nenhum chorar. No outro dia tivemos jogo de ténis, e o meu dia não estava a correr nada bem e quando estávamos a aquecer só pensava na minha mãe e na força que ela me ia dar se ali estivesse. Mas não estava, e isso fez-me ir abaixo. Todas as pessoas que ali estavam se preocuparam comigo, toda a gente me compreendeu e toda a gente admira a minha força e coragem. E isso é muito bom sentir! A minha mãe de acolhimento foi incrível comigo nesse dia, como é sempre.

Manter-me ocupada é o segredo! Quando não estou em casa e não tenho internet nem me lembro que tenho uma vida em Portugal, porque todos os momentos aqui são vividos muito intensamente. Desde os jogos de “American football”, a comida (sim, a comida é a melhor parte), as idas à igreja (muito diferente), as pessoas sempre a quererem saber mais sobre nós, as novas amizades, e uma coisa muito importante: a autodescoberta. Tenho tido a oportunidade de conhecer pessoas incríveis com experiências de vida totalmente diferentes da minha, mas também a oportunidade de me descobrir a mim própria. Ser a pessoa que quiser ser, ser eu mesma, gostar de coisas que não sabia que gostava, fazer coisas que nunca pensei fazer, viver experiências e emoções pelas quais nunca passei antes.

Mal posso esperar pelos próximos meses, vamos ver para o que é que a vida me guardou!!

Teresa Sousa | Estudante AFS 2016/2017 | Portugal – EUA