Meu Deus, já passou um mês desde que estou aqui. Parece que cheguei ontem e ao mesmo tempo que vivi toda a minha vida cá. Estou já a pensar que não quero voltar para Itália, adoro cada pormenor da minha vida aqui.

Houve um dia, há duas semanas, em que começava a sentir saudades de casa, porque estava cansada de todo este português, e estava cansada de não conseguir perceber e ser bem percebida. Mas naquele dia o meu pai de acolhimento levou-nos a mim e ao meu irmão de acolhimento para surfar. E tudo desapareceu, porque me apercebi realmente que isto é um sítio fantástico e que mesmo que tenha alguma dificuldade com a língua, adoro-o. Agora vou defender a minha tese, que é: “Portugal é bué da fixe”.

Em primeiro lugar, vou falar da escola. Não há sábados. E poderia parar aqui, mas vou dizer-vos mais. Não tenho muito trabalho para fazer porque tenho apenas cinco disciplinas. E a escola é muito gira, toda limpa, branca e com muitas janelas largas, e em cada sala há um projector; quase parece um laboratório moderno de Ciências. Tem cinco ginásios, uma cafetaria e uma cantina. Oh, também tem uma papelaria, com canetas, lápis, cadernos e outras coisas, o que é inteligente! Acham que não poderia ser mais chique? Bem, há um grande jardim na entrada. Feito de relva de plástico. Relva de plástico, como uma escola de Barbies! Mas esperem, há mais… Nas máquinas podes comprar salame de chocolate. Isso é muito bom para quando o teu cérebro não está a funcionar bem de manhã e precisa de um super-concentrado de chocolate, manteiga e açúcar. Ou, para quando te sentes em baixo e queres comer três sozinho, também dá. Os meus colegas são fantásticos, são gentis e inclusivos comigo. A coisa do que gosto mais da escola portuguesa é que não tem de ser necessariamente o centro da tua vida! Podes ter paixões, interesses, sair e fazer coisas em vez de ficar em casa a estudar! Mas agora vamos falar do próximo argumento.

A minha casa. Está a cinco minutos do mar, e está a vinte minutos de tudo o resto: a minha escola, duas estações de comboio, jardins, restaurantes, praias, lojas… por isso é muito fácil sair de forma independente! Por exemplo, ontem saí com duas das minhas amigas da AFS, Pauline e Inkeri, da Alemanha e da Finlândia. Encontrámo-nos debaixo da cauda de baleia (que é, adivinhem, a escultura de uma cauda de baleia) e fomos para o café mais lindo, que tinha uma vista espectacular do Oceano Atlântico, e bebemos chocolate quente com natas. Fantástico. Mas agora chegámos ao último ponto.

A cultura portuguesa. Porque os portugueses adoram Portugal. São orgulhosos da própria história e das próprias tradições. Não é como em Itália: lá ninguém se importa com o nosso passado como uma nação, e ninguém quer saber dos eventos culturais (pelo menos não a brilhante juventude italiana! – Ignorem o sarcasmo). Eles são patrióticos mas numa maneira completamente diferente comparados por exemplo aos americanos. Os portugueses sabem que foram grandes e que fizeram coisas importantes, mas ao mesmo tempo são humildes. E as comunidades locais, mesmo com as suas tradições, continuam a crescer e a desenvolver-se, o que é óptimo!

Por exemplo, o Fado. O Fado é a música tradicional portuguesa. É muito conhecida e ainda muito popular em todo o país, e agora novos artistas estão a pegar no fado tradicional e a transformá-lo em algo de novo. Por exemplo, a minha nova rainha, Ana Moura, fadista internacional. Vou provavelmente ouvi-la constantemente e para a eternidade. O Fado abriu-me um novo mundo musical!

Isto é tudo aquilo que consegui escrever hoje! Perguntem-me o que quiserem sobre o fantástico reino de Portugal ou sobre a AFS ou sobre qualquer outra coisa, a sério. Até ao próximo post! [doublexchange.wordpress.com]

Nicole, estudante AFS 2016-2017
Programa AFS Itália-Portugal